O principal intuito desta aula foi a conclusão do pensamento de David Hume.
Inicialmente fizemos uma análise sobre as relações de ideias e os conhecimento de facto, deste modo, concluímos que as relações de ideias conferem no modo dedutivo, isto é, por norma de um raciocínio pelo qual pode não ser seguro pois a afirmação pode não ser concretamente verdadeira;
Já os conhecimentos de facto conferem no modo indutivo, e são proposições acerca de ocorrências do mundo pela via da sensibilidade, e permite teorizar factos e/ou prevê-los;
O Empirismo de David Hume
Os conhecimentos de facto e a relação de causalidade.
Conhecimentos Matemáticos
- Relações de Ideias;
- Análise Lógica;
- Raciocínio Dedutivo;
Conhecimento de Facto:
- Conhecimentos de Factos;
- Relação Causa/Efeito;
- Raciocínio Indutivo
- O conhecimento do mundo consiste em descobrir causas de certos efeitos.
Ex: "A diminuição do ozono atmosférico é o efeito do aumento da emissão de gases poluentes."
Análise:
Estabelecemos uma relação entre um e outro acontecimento.
Um é causa e o outro efeito.
O efeito sucede a causa.
Logo dá-se o nome de Relação Causal
Assim:
O que estamos a dizer é que A (causa) acontece necessariamente B (efeito).
Logo, o que está aqui em jogo é a conjunção constante entre A e B.
A relação causal é necessária na medida em que se A não acontece não ocorre B.
A Relação de Causalidade
Será que temos experiência desta ideia de conexão necessária?
Hume considera existir uma ultrapassagem da experiência na medida em que sempre que A acontece supomos que B acontecerá (facto futuro o que ainda não aconteceu).
Assim, o conhecimento dos factos reduz-se às impressões actuais e passadas. Não se pode ter conhecimento de factos futuros porque não podemos ter qualquer impressão sensível ou experiência do que aconteceu.
Neste sentido, a ideia de uma relação causal, de uma conexão entre dois fenómenos é uma ideia da qual não temos qualquer impressão sensível.
O critério de verdade consiste sempre no domínio da experiência mas sim pode-se admitir uma conjunção A e B mas da própria mente, que corresponde a uma impressão sensível para falar de uma relação causal.
Como nasce então a ideia de conexão ou ligação necessária entre causa e efeito?
A conexão entre dois acontecimentos acontece tão regularmente que pelo hábito, concluímos que ela se dá.
A conexão não está nos objectos, mas em nós. Não se dá fora de nós.
A conexão e sucessão de A e B levam a razão a inventar uma conexão que ela julga necessária, mas da qual nunca teve experiência.
A necessidade é meramente psicológica.
Conclusão sobre a Crítica da Indução de David Hume:
-> A crença na causalidade não tem fundamento racional, mas psicológico.
-> Tem a ver com a vontade de que o futuro seja previsível, e, logo, controlável.
-> O princípio de causalidade, considerando num principio racional e subjectivo, nada mais é do que uma crença subjectiva, o produto de um hábito, o desejo de transformação de uma expectativa em realidade.
Logo: Toda a relação causal não é susceptível na própria experiência mas sim grande parte do conhecimento assenta na causalidade, existindo assim uma fragilidade dos nossos próprios conhecimentos através do sentimento.
Cepticismo de Hume
Hume põe em causa a objectividade do conhecimento cientifico.
As ligações necessárias só se dão no plano lógico-matemáticos.
Ex: "Ligação entre a ideia de um triângulo e a ideia de a soma dos seus ângulos é de 180º"
Cepticismo de Hume é mitigado:
- Não se pode deixar de acreditar na ideia de regularidade constante dos fenómenos, porque sem essa crença a vida seria impraticável.
- A dúvida universal e permanente atrofiaria por completo as nossas acções.
- É na relação causal que se baseia em grande parte as ciências naturais e experimentais.
- Não negou o príncipio de que não há efeito sem causa embora afirme que tal crença não pode ser justificada racionalmente.
-> O intuito natural leva-nos, ao observar uma constante conjugação de acontecimentos, a formar o hábito de esperarmos o segundo quando se verifica o primeiro. É assim que funciona a mente humana, mas isso não garante de modo algum que seja assim que funciona a natureza.
O Problema da Existência do Mundo Exterior
Para David Hume a mente humana conhece somente as suas próprias percepções, ou seja, impressões e ideias que surgem das impresões sensíveis.
De forma a melhor compreender Hume é importante definir impressões: " (...) são estados internos, subjectivos, e não podem constituir prova de que algo tem uma existência contínua e independente fora de nós" (por nome do livro).
Para Hume o facto de não se poder justificar racionalmente a existência do mundo externo não significa negar a sua existência, já que pode-se não conhecer a existência do mundo externo mas crer na sua existência, desde que nos interroguemos das razões que nos levam a acreditar que o mundo externo existe e não propriamente se ele existe.
A Reter sobre o Empirismo de David Hume :
-> Segundo Hume, todo o conhecimento deriva da experiência;
-> Todas as nossas ideias têm origem nas impressões dos sentidos;
-> O conhecimento é constituído por impressões e ideias;
Impressões:
- Englobam as sensações, as emoções e as paixões;
- Possuem um elevado grau de força e vivacidade, pois correspondem a uma experiência presente ou actual;
- Correspondem a base, a origem, isto é, o ponto de partida dos conhecimentos.
Ideias:
- São representações ou imagens das impressões no pensamento;
- São memórias ou imagens enfraquecidas das impressões no pensamento;
- São menos vivas e intensas do que as Impressões, já que estas são causa das ideias;
- Não pode existir ideia sem uma impressão prévia;
- Não há conhecimento fora dos limites impostos pelas impressões.
-> Os tipos de Conhecimento:
- Conhecimento de Relações de Ideias
- Conhecimento de Factos
O Conhecimento de Relação de Ideias:
- Consiste em estabelecer relações entre ideias que fazem parte de uma afirmação ou um pensamento;
-Podemos relacionar ideias em recorrer à experiência, embora todas as ideias derivam das impressões sensíveis;
- É independente dos factos e, segundo Hume, não nos dá novas informações;
- Está relacionado com a lógica e a matemática;
- Relaciona conceitos e ideias e que se baseia no principio da não contradição;
- a priori (antes).
Os Conhecimentos de Factos:
- Baseia-se na experiência sensível e é-nos proporcionado pelas nossas impressões;
- Não se baseia no princípio da não contradição, já que é possível afirmar o contrário de um facto;
- A verdade ou a falsidade, só poderá ser determinada através do confronto com a experiência;
- a posteriori (depois).
-> O Problema da Causalidade
- Hume diz-nos que todas as ideias derivam de impressões sensíveis;
- Assim do que não há impressão sensível não há conhecimento;
- Não podemos dizer que tenhamos conhecimento a priori da causa de um acontecimento, ou de um facto;
- Existirá uma crítica rigorosa por parte de Hume da importância do principio de causalidade;
- O nosso conhecimento dos factos restringi-se às impressões actuais e às recordações de impressões passadas;
- Não possuímos o conhecimento dos factos futuros;
- Não podemos dizer o que aconteceu no futuro porque um facto futuro ainda não aconteceu;
- Segundo Hume, não dispomos de qualquer impressão da ideia de causalidade necessária entre os fenómenos;
- Hume, afirma que só a partir da experiência é que se pode conhecer a relação entre a causa e o efeito;
- Não se pode ultrapassar o que a experiência nos permite;
- Logo a experiência é a única fonte de validade dos conhecimentos de factos. Quer dizer que só podemos ter um conhecimento a posteriori;
- Sabemos é que entre dois fenómenos verificou-se no passado, uma sucessão constante, que a seguir a um determinado facto ocorreu sempre o mesmo facto;
Conclusões:
- Para David Hume é o hábito que nos leva a inferir uma relação de causa e efeito entre dois fenómenos.
- Se no passado ocorreu sempre um determinado facto a seguir a outro, então nós esperamos que no presente e no futuro também ocorra assim.
- O hábito e o costume permitem-nos partir de experiências passadas e presentes em direcção ao futuro.
- Por isso, o nosso conhecimento de factos futuros não é um conhecimento rigoroso, é apenas uma convicção que se baseia num princípio psicológico: o hábito.
- O hábito é, no entanto, um guia importante na vida prática e no dia-a-dia.
- Uma vez que ainda não vivemos o futuro, o hábito permite-nos esperar o que poderá acontecer e leva-nos a ter prudência e cuidado, ou boas expectativas.
- Enquanto seres humanos: temos vontade e, adaptamo-nos à ideia, de que o futuro seja previsível e, portanto, controlável.